As crianças apresentam-se em tamanhos, pesos e cores sortidas. Encontram-se em toda parte, em cima, em baixo, fora, pulando, pendurada, caindo, correndo, saltando. Os pais as amam, as visitas as detestam, as irmãs e os irmãos mais velhos as toleram e o Céu as protege. Uma criança é a verdade de alma limpa, a sabedoria de cabelos despenteados, a esperança sem fim. Tem o apetite do cavalo, a digestão do avestruz, a energia da bomba atômica, a curiosidade do mico, os pulmões de um ditador, a imaginação de Júlio Verne, a timidez da violeta, a audácia da mola, o entusiasmo do busca-pé e tem cinco polegares em cada mão quando pratica suas peraltices. Gosta de chicletes, sorvetes, carrinhos, bonecas, a Páscoa e o Natal, e gosta de ar livre, da água, dos animais grandes, dos automóveis e aviões e dos domingos. Detesta as visitas, os livros sem figura, cortar os cabelos, dias de chuva, tomar banho e a hora de dormir. Levanta cedo e está sempre atrasada para as refeições. Entre seus